segunda-feira, 24 de março de 2008

Desmistificação de um ataque

por:Estevão


Sobre um post publicado no seu blog "Falsitatis": encontrei na net as verdadeiras palavras de Dom Tissier. A citação foi falsificada! Espero que Alessandro Lima não seja o autor da falsificação, mas apenas a tenha copiado de alguém pouco confiável, tenha "esquecido" de citar a fonte e não tenha se preocupado em conhecer a verdade antes de se atirar ao teclado para proferir sentenças (e isso tudo já é bastante desonestidade intelectual, convenhamos!). Mas se foi ele mesmo quem falsificou a citação, então...
Lembremos primeiro o que Alessandro Lima afirmou que Dom Tissier havia dito:
Vamos agora ao que foi verdadeiramente dito:
SH: When you say “has professed,” do you mean he still does?
HL: No, but he has never retracted his errors.
SH: But My Lord, if he has not retracted them, does he not still retain them? Of what are you speaking? Can you be more specific? I must admit I am no theologian and I have not read any of his works. Was this when he was a cardinal?
HL: It was when he was a priest. When he was a theologian, he professed heresies, he published a book full of heresies.
SH: My Lord, I need you to be more specific, so we can examine the matter.
HL: Yes, sure. He has a book called Introduction to Christianity, it was in 1968. It is a book full of heresies. Especially the negation of the dogma of the Redemption.


SH: In what sense, My Lord?

HL: He says that Christ did not satisfy for our sins, did not – atone – He, Jesus Christ, on the Cross, did not make satisfaction for our sins. This book denies Christ’s atonement of sins.

SH: Ah, I’m not sure I understand…

HL: He denies the necessity of satisfaction.

SH: This sounds like Luther.

HL: No, it goes much further than Luther. Luther admits the sacrifice…the satisfaction of Christ. It is worse than Luther, much worse.

SH: My Lord, I must return to the beginning of this line of questioning: are you saying he is a heretic?

HL: No. But he has never retracted these statements.


Não é suficientemente claro? Pior, muito pior do que a heresia de Lutero, é a heresia que o jovem Ratzinger escreveu em um dos seus livros! A citação feita for Alessandro Lima simplesmente foi falsificada! Sumiu o "it" e surgiu um "Bento XVI"!

continuação................

Voltei para explicar mais detalhadamente o que disse acima. Ainda que as palavras de Dom Tissier sejam muito claras, alguém não as distinguiu bem e gerou confusão; por isso vou me esforçar para deixar aquela frase bem mastigadinha, para que ninguém que venha a ler meu comentário anterior sofra com a digestão.

Na frase "Isso soa a Lutero" há uma metonímia bastante clara: o autor pela sua obra. O próprio "soar" ("sound" tem a mesma origem no latim) é uma metáfora já cediça: soar é emitir ruído, mas adquiriu o sentido de "parecer-se com". São figuras de linguagem que se aprendem no colégio. "Isso soa a Lutero" nada mais é do que "Isso se parece com a obra, o pensamento, ou a doutrina de Lutero". Observando o contexto da entrevista, poderíamos reescrever a frase desta maneira: "Isso se parece com os erros de Lutero". Não é à pessoa de Lutero que o entrevistador se referiu, mas a algum "luteranismo". Também não pode uma pessoa parecer-se com a doutrina de Lutero! A doutrina do jovem teólogo Ratzinger é que se parece, para o entrevistador, com a do pregador de Wittenberg. E é o erro daquele Ratzinger que o entrevistado diz ser pior que o de Lutero.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Para as velhíssimas acusações, respostas mais velhíssimas ainda:

I.L.C.S.

“Não estamos diante de uma heresia. Não se pode dizer em termos corretos, exatos, precisos, que haja um cisma. Há uma atitude cismática no consagrar Bispos sem o mandato pontifício. Eles estão na Igreja, falta apenas uma plena, uma mais perfeita comunhão – como foi dito no encontro com Dom Fellay –, uma mais plena comunhão, porque a comunhão existe.”(Cardeal CASTRILLÓN, Entrevista de 13 de Novembro de 2005 à TV Canal 5, sublinhado nosso).

E em nosso site, comentando essa justíssima declaração, tiraram-se as conseqüências:

“Para o Cardeal Hoyos, então, – e as palavras desse Cardeal muito provavelmente exprimem o que foi decidido entre o Papa Bento XVI com Dom Fellay – dizer que o Vaticano II tem erros não é heresia. Criticar a Missa nova como protestantizante não é heresia. Isto é o que ficará claro com o possível decreto de acordo dos lefevristas com Bento XVI.”(Prof. Orlando FEDELI, Sabedoria Romana, sublinhado nosso).

Ora, ninguém duvida que rejeitar Trento ou o Vaticano I seja pôr-se fora da Igreja, como herege. Logo, fica confirmado, ainda outra vez, que o Vaticano II não obriga da forma que obrigam aqueles concílios. Não tem a mesma autoridade. E, visto que negá-lo não acarreta nem heresia nem cisma, tal negação tampouco implica na negação da autoridade do Papa. Assim, é perfeitamente possível a um Católico decidir-se contra o Vaticano II. Roma locuta, causa finita.


Trecho de um excelente artigo da Montfort: As conceções de Bento XVI à rejeição do Concíliohttp://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=papa&artigo=concessoes_bentoxvi&lang=bra

E resistir a uma autoridade, quando se sabe que está faltando com a Fé, é legítimo. Leiam Obediência ou cumplicidadehttp://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=papa&artigo=obediencia_cumplicidade&lang=bra.

terça-feira, 18 de março de 2008

Alessandro Lima: novo membro desta comunidade

I.L.C.S.

Prezados amigos, leram o novo artigo do tal Alessandro Lima?

Pois é, ele também leu o tópico que eu postei aqui, criticando o artigo dele.

Tanto é que me rebateu, sem citar meu nome, apenas se referindo às críticas aqui expostas por mim e por demais pessoas.

Parabéns, Alessandro. Bem-vindo à Comunidade 'Amigos da Montfort'. Você anda nos lendo! E lê bem mal.O argumento de que não julgamos um Papa, portanto, não somos sede-vacantistas foi rebatido subjetivamente, e não objetivamente. Ao citar trechos de falas do prof. Orlando ou de D. Willianson ele não prova o sede-vacantismo em si, apenas tenta vê-lo nos outros, aplicando-o no tradicionalismo enquanto todo.

Se D. Willianson chamou o Papa de herege indiretamente, ao compará-lo com Lutero, mesmo assim não julgou o Papa, mas sim, a postura dele. Eu, antes de me converter pela Montfort, me comportava como herege em diversos pontos, mas não tinha consciência disso. Quem vê poderia facilmente dizer: é como um herege. Mas o último a saber seria eu mesmo, por causa da minha ignorância em catolicismo.

Olhem bem a fala de D. Tissier: "Bento XVI é pior do que Lutero, bem pior". Os atos de Bento XVI podem ser de um herege, mas isso não faz dele um herege. Pode se comportar como tal, mas sem, necessariamente, ser um. D. Tissier criticou os atos do Papa, coisa que podemos fazer, afinal, S. Paulo corrigiu publicamente S. Pedro na carta aos Gálatas. Novamente eu mando o Alessandro reler o artigo de D. Lourenço.

E quanto a D. Willianson, eu achei bem perigosa a afirmação dele. Só agrava as acusações de que ele--ele sim, eu não!--tende ao sedevacantismo. No mínimo, ele se expressou mau. Mas se foi isso mesmo que ele quis dizer, é uma pena.

Quanto ao prof. Orlando, ele não citou nada textualmente, só um artigo que comenta um documento de S. Pio X, e cujo título também mando o Alessandro reler. Se ele procurar "Papa modernista" no mecanismo de busca da Montfort, não vai encontrar nada. O máximo é dizer que João XXIII foi amigo de modernistas ...

...que Paulo VI pronunciou frases deploráveis quando era cardeal, além de favorecer a não-condenação do livro de Jean Guitton e que Bento XVI teve FORMAÇÃO modernista, já que foi discípulo del Rahner. E nada disso é mentira. Prove ele o contrário.

A Montfort nunca disse que um papa é modernista, mas já criticou afimações de caráter modernista. E afirmar uma heresia--repito--não faz do Papa herege. Até maçons que comungam sem saber que não pode não cometem pecado.

E mesmo que todos estes citados por Alessandro Lima caíssem hipoteticamente em heresia, isto não faria do tradicionalismo heresia. É o mesmo argumento para dizer que a Igreja é pecadora só porque seus membros são pecadores.

E ele ainda faz analogia com os protestantes e os carismáticos. Ora, ele mesmo diz que a RCC deve ser reestruturada, mas não destruída. Afinal, 'certos carismáticos' é que agem de forma protestante.

Pois então uso do argumento que Alessandro escreveu contra mim e devolvo contra ele. Se existem carismáticos que agem como protestantes, e mesmo assim ele defende a RCC--cita até textos de D. Taveira--, do mesmo modo eu defendo o tradicionalismo, independente do comportamento sede-vacantista deles. A mesma situação que ele usa para nos atacar, uso para atacá-lo.


Critique o tradicionalismo objetivamente, e não subjetivamente, usando de exemplos dos outros.

E escreva uns argumentos a favor do ecumenismo com os sede-vacantistas, que, pelo menos, acreditam que o Papa é Vigário de Cristo, já que ortodoxos, judeus e muçulmanos não o fazem.

E se é pra usar exemplos dos outros para criticar o posicionamento como um todo, aproveito e cito que o Sr. Vitola Brodbeck escreve para o jornal Mídia sem máscara de... Olavo de Carvalho, um anti-comunista gnóstico e inimigo do....Vaticano II.

É como bem dizia o Jorge Luís. Agora que eles viram que a causa das células-tronco está meio perdida, resolveram voltar a incomodar a Montfort...

domingo, 16 de março de 2008

terça-feira, 11 de março de 2008

"O desespero da derrota: omissões em artigo do Veritatis demonstra a fragilidade de seus argumentos"

I.L.C.S.

O Falsitatis Splendor passou uma temporada sem dizer uma só palavra contra os ditos 'tradicionalistas'--apesar de este termo ser bem ofensivo, e mais parece determinar o nome de uma seita do que de uma continuidade com o pensamento da Igreja. Afinal, eles estão envolvidos com a campanha da Fraternidade (Igualdade e Liberdade); mas agora resolveram publicar, na pessoa do Alessandro Lima--o mesmo que, assim como Lutero, não acredita muito no que ensina porque também tem suas dúvidas sobre o Vaticano II--um artigo contra os tradicionais.

Segundo a batida argumentação omitidora do tal Alessandro, os tradicionalistas afirmam que os papas ensinaram heresias. Ora, cair em heresia, no caso dos papas, era perder a jurisdição. O tradicionalismo seria, então, uma forma velada de sedevacantismo.

Mas o que o Alessandro esqueceu de dizer são os motivos pelos quais o sedevacantismo está errado, e o quanto ele se difere do tradicionalismo enquanto tal. Para isso, recomendo a leitura deste excelente artigo do Permanência, de D. Lourenço Fleichman:http://www.permanencia.org.br/sedevacantistas.htm. Quem o ler, verá o por que das omissões do Alessandro Lima: medo de perceberem que sua argumentação é fraca, e que serve apenas para pôr medo nos tradicionais.
Todo o tradicional tem obedência à Igreja. Impor, desonestamente, medo de cair em cisma fez muitos aceitarem goela a baixo o Vaticano II. Ficaram com medo de o tradicionalismo ser uma heresia--coisa que nem João Paulo II admitia--e resolveram aceitar o Concílio.

Os tradicionais não querem cristalizar a Igreja em 1959, antes da convocação do Vaticano II. Eles apenas têm um problema de consciência em aceitar o Concílio.

Alessandro Lima disse que um dos argumentos contra o Vaticano II é a sua história. Mas ele também não a desmentiu. Não diz, inclusive, uma só palavra sobre as profecias de Nossa Senhora, de São João Bosco e do Apocalipse.

O tradicionalismo não quer ser heresia. Não fazemos mais bem à Igreja do que o Ms. Jonas Abib, que, aceitando o Vaticano II, faz mais barbaridades do que um tradicional. O tradicionalismo apenas quer que a Igreja se pronuncie sobre as ambiguidades do Concílio. Quem leu documentos anteriores dos papas, vê que eles são bem claros. Mas o Concílio, com as suas indigestas 500 páginas, fala muito e pouco diz. O Concilio quer mais ser uma tese de doutorado em antropologia do que um documento da Igreja. Quer falar do mundo, da imprensa, da cultura, dos meios de comunicação...e se esquece de dizer claramente o que pensa. Afirma que a Igreja católica é a Igreja de Cristo, mas é só virar a página e já diz que todos pertencem ao povo de Deus, inclusive os que não têm Fé.

O próprio Papa Bento XVI já corrigiu o Vaticano II. E deu ao IBP o direito de criticá-lo. Só se critica o que é suscetível de erros, e sendo o Vaticano II pastoral, então ele pode ser criticado. Afirmar uma heresia não faz do Papa herege. Isso ninguém pode fazer, a não ser outro Papa. Mas o católico que critica o Vaticano II apenas exerce um direito seu.

E se eles aceitam o Vaticano II, também devem aceitar o concilio quando ele diz que cada um é livre para expressar a sua opinião, e que não podem ser obrigados a crer naquilo que a consciência acusa de estar errados. Não podem nos coagir, porque o Vaticano II os ensina a não fazê-lo. E se somos fiéis ao papa--coisa que judeus, muçulmanos e protestantes não o são--, porque não pedem um diálogo com os tradicionais? Este diálogo nunca houve, porque a única coisa que não merece liberdade é criticar o Vaticano II.

Já se excomungou um Concílio pastoral no passado da Igreja. E aqueles que criticaram este concílio não caíram em heresia. Alessandro Lima não fala de História porque a História demonstra q ele está errado.