Sobre um post publicado no seu blog "Falsitatis": encontrei na net as verdadeiras palavras de Dom Tissier. A citação foi falsificada! Espero que Alessandro Lima não seja o autor da falsificação, mas apenas a tenha copiado de alguém pouco confiável, tenha "esquecido" de citar a fonte e não tenha se preocupado em conhecer a verdade antes de se atirar ao teclado para proferir sentenças (e isso tudo já é bastante desonestidade intelectual, convenhamos!). Mas se foi ele mesmo quem falsificou a citação, então...
SH: In what sense, My Lord?
HL: He says that Christ did not satisfy for our sins, did not – atone – He, Jesus Christ, on the Cross, did not make satisfaction for our sins. This book denies Christ’s atonement of sins.
SH: Ah, I’m not sure I understand…
HL: He denies the necessity of satisfaction.
SH: This sounds like Luther.
HL: No, it goes much further than Luther. Luther admits the sacrifice…the satisfaction of Christ. It is worse than Luther, much worse.
SH: My Lord, I must return to the beginning of this line of questioning: are you saying he is a heretic?
HL: No. But he has never retracted these statements.
Não é suficientemente claro? Pior, muito pior do que a heresia de Lutero, é a heresia que o jovem Ratzinger escreveu em um dos seus livros! A citação feita for Alessandro Lima simplesmente foi falsificada! Sumiu o "it" e surgiu um "Bento XVI"!
continuação................
Voltei para explicar mais detalhadamente o que disse acima. Ainda que as palavras de Dom Tissier sejam muito claras, alguém não as distinguiu bem e gerou confusão; por isso vou me esforçar para deixar aquela frase bem mastigadinha, para que ninguém que venha a ler meu comentário anterior sofra com a digestão.
Na frase "Isso soa a Lutero" há uma metonímia bastante clara: o autor pela sua obra. O próprio "soar" ("sound" tem a mesma origem no latim) é uma metáfora já cediça: soar é emitir ruído, mas adquiriu o sentido de "parecer-se com". São figuras de linguagem que se aprendem no colégio. "Isso soa a Lutero" nada mais é do que "Isso se parece com a obra, o pensamento, ou a doutrina de Lutero". Observando o contexto da entrevista, poderíamos reescrever a frase desta maneira: "Isso se parece com os erros de Lutero". Não é à pessoa de Lutero que o entrevistador se referiu, mas a algum "luteranismo". Também não pode uma pessoa parecer-se com a doutrina de Lutero! A doutrina do jovem teólogo Ratzinger é que se parece, para o entrevistador, com a do pregador de Wittenberg. E é o erro daquele Ratzinger que o entrevistado diz ser pior que o de Lutero.