terça-feira, 11 de março de 2008

"O desespero da derrota: omissões em artigo do Veritatis demonstra a fragilidade de seus argumentos"

I.L.C.S.

O Falsitatis Splendor passou uma temporada sem dizer uma só palavra contra os ditos 'tradicionalistas'--apesar de este termo ser bem ofensivo, e mais parece determinar o nome de uma seita do que de uma continuidade com o pensamento da Igreja. Afinal, eles estão envolvidos com a campanha da Fraternidade (Igualdade e Liberdade); mas agora resolveram publicar, na pessoa do Alessandro Lima--o mesmo que, assim como Lutero, não acredita muito no que ensina porque também tem suas dúvidas sobre o Vaticano II--um artigo contra os tradicionais.

Segundo a batida argumentação omitidora do tal Alessandro, os tradicionalistas afirmam que os papas ensinaram heresias. Ora, cair em heresia, no caso dos papas, era perder a jurisdição. O tradicionalismo seria, então, uma forma velada de sedevacantismo.

Mas o que o Alessandro esqueceu de dizer são os motivos pelos quais o sedevacantismo está errado, e o quanto ele se difere do tradicionalismo enquanto tal. Para isso, recomendo a leitura deste excelente artigo do Permanência, de D. Lourenço Fleichman:http://www.permanencia.org.br/sedevacantistas.htm. Quem o ler, verá o por que das omissões do Alessandro Lima: medo de perceberem que sua argumentação é fraca, e que serve apenas para pôr medo nos tradicionais.
Todo o tradicional tem obedência à Igreja. Impor, desonestamente, medo de cair em cisma fez muitos aceitarem goela a baixo o Vaticano II. Ficaram com medo de o tradicionalismo ser uma heresia--coisa que nem João Paulo II admitia--e resolveram aceitar o Concílio.

Os tradicionais não querem cristalizar a Igreja em 1959, antes da convocação do Vaticano II. Eles apenas têm um problema de consciência em aceitar o Concílio.

Alessandro Lima disse que um dos argumentos contra o Vaticano II é a sua história. Mas ele também não a desmentiu. Não diz, inclusive, uma só palavra sobre as profecias de Nossa Senhora, de São João Bosco e do Apocalipse.

O tradicionalismo não quer ser heresia. Não fazemos mais bem à Igreja do que o Ms. Jonas Abib, que, aceitando o Vaticano II, faz mais barbaridades do que um tradicional. O tradicionalismo apenas quer que a Igreja se pronuncie sobre as ambiguidades do Concílio. Quem leu documentos anteriores dos papas, vê que eles são bem claros. Mas o Concílio, com as suas indigestas 500 páginas, fala muito e pouco diz. O Concilio quer mais ser uma tese de doutorado em antropologia do que um documento da Igreja. Quer falar do mundo, da imprensa, da cultura, dos meios de comunicação...e se esquece de dizer claramente o que pensa. Afirma que a Igreja católica é a Igreja de Cristo, mas é só virar a página e já diz que todos pertencem ao povo de Deus, inclusive os que não têm Fé.

O próprio Papa Bento XVI já corrigiu o Vaticano II. E deu ao IBP o direito de criticá-lo. Só se critica o que é suscetível de erros, e sendo o Vaticano II pastoral, então ele pode ser criticado. Afirmar uma heresia não faz do Papa herege. Isso ninguém pode fazer, a não ser outro Papa. Mas o católico que critica o Vaticano II apenas exerce um direito seu.

E se eles aceitam o Vaticano II, também devem aceitar o concilio quando ele diz que cada um é livre para expressar a sua opinião, e que não podem ser obrigados a crer naquilo que a consciência acusa de estar errados. Não podem nos coagir, porque o Vaticano II os ensina a não fazê-lo. E se somos fiéis ao papa--coisa que judeus, muçulmanos e protestantes não o são--, porque não pedem um diálogo com os tradicionais? Este diálogo nunca houve, porque a única coisa que não merece liberdade é criticar o Vaticano II.

Já se excomungou um Concílio pastoral no passado da Igreja. E aqueles que criticaram este concílio não caíram em heresia. Alessandro Lima não fala de História porque a História demonstra q ele está errado.

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